1. GONZÁLEZ DE GÓMEZ, Nélida. [Entrevista concedida a] Marco Schneider. [Org.] Marco Schneider. In(com)formação, Rio de Janeiro: IBICT, 2022. p. 23
2. CAPURRO, Rafael. [Entrevista concedida em] Marco Schneider. In(com)formação, Rio de Janeiro: IBICT, 2022. p. 53
3. CAPURRO, Rafael. [Entrevista concedida em] Marco Schneider. In(com)formação, Rio de Janeiro: IBICT, 2022. p. 54
1. "Então eu considero que ética, política e epistemologia da informação são altamente importantes, mas por diferentes razões. Por um lado, é importante porque hoje se colocam questões informacionais e comunicacionais, não como algo que acontece a posteriori em uma sociedade, tal como dizer: 'a sociedade é tal-coisa e então se comunica', ou 'a sociedade é tal-coisa e logo se informa'. Mas, sim, como uma dimensão constitutiva do ser social. São assuntos de preocupação, entender como valoramos e validamos aquilo que conhecemos, e aquilo que decidimos. Relacionar àquilo que valorizamos, enquanto formulação de alguma forma desejável de vida, de vida bem-sucedida, e mais ainda, de uma vida justa; e relacionar também a uma forma possível de convívio dentro das condições contemporâneas. São coisas que são fundamentais para o entendimento histórico, contemporâneo, e que perpassam, e passam pelas questões infocomunicacionais e infodocumentárias. Enfim, pelas tecnologias digitais, interativas à distância e tudo mais."
2. "[...] o conceito de informação é um conceito básico tanto na filosofia clássica, quanto na epistemologia clássica. Informatio sensus e informatio intellectus, a formação, a in-formação do intelecto, dos sentidos, da imaginação – como na tradição moderna.
3. "Eu creio que o que caracteriza a epistemologia moderna é, justamente, o conhecimento ser um processo de comunicação. Conhecemos através do que comunicamos. Isto foi dito por Kant, em seus opúsculos, que somente posso pensar pensando com os outros, não se pode pensar sozinho. Isso também foi dito por Wittgenstein, um pensador clássico para a história da ética, juntamente com Espinosa, por exemplo. Assim, a epistemologia é uma epistemologia da comunicação – veja, por exemplo, autores como Habermas, a teoria da comunicação habermasiana é uma teoria ética e uma teoria epistemológica também. Ou Luhmann, o grande pensador ético epistemológico. Fizeram a transformação do pensamento clássico da autoconsciência para o pensamento do conhecimento, como um processo de comunicação. A semiótica também é uma tradição muito importante, neste caso, cito Pierce. [...] Isto é para mim o que diferencia a epistemologia do século XXI do que foi a epistemologia dos séculos XIX e XX.