Daniela Gralha de Caneda Queiroz; Ana Maria Mielniczuk de Moura. Ciência da Informação: história, conceitos e características. Em Questão, Porto Alegre, v. 21, n. 3, p. 25-42, ago/dez. 2015. p. 27-28
São considerados como marcos para o advento da Ciência da Informação, conforme Pinheiro (2002):
a) criação do Instituto Internacional de Bibliografia (IIB), em 1895, durante a I Conferência Internacional de Bibliografia, em Bruxelas. O IIB nasceu a partir das ideias de Paul Otlet (considerado o “pai” da Ciência da Informação) e Henri de La Fontaine, que desejavam organizar o “livro universal do conhecimento” (MATTELART, 2005). A intenção era a criação de uma biblioteca universal, com os registros bibliográficos de todos os documentos indexados do mundo, como se fosse uma biblioteca de referência e não de acervo (OLIVEIRA, 2005), desse modo, democratizando a informação;
b) transformação do IIB em Instituto Internacional de Documentação (IID), em 1931, por sugestão de Paul Otlet e Henri de La Fontaine, durante a X Conferência Internacional de Bibliografia, em Bruxelas;
c) publicação da obra Traité de Documentation: le Livre sur le Livre: Théorie et Pratique, de Paul Otlet, em 1935, que trouxe ideias de integração dos componentes da documentação, já apresentando ideias a respeito da Bibliometria;
d) fundação do American Documentation Institute (ADI), em 1937 (mais tarde, virou American Society for Information Science – ASIS; nos anos 2000 transformou-se
em American Society for Information Science Technology – ASIST);
e) transformação do IID em Federação Internacional de Documentação (FID), em 1938. Nesta Federação, desenvolveram-se pesquisas teóricas que foram as bases
científicas da Ciência da Informação.
Ainda de acordo com Pinheiro (2002), a Ciência da Informação nasceu:
a) da “explosão da informação”, decorrente do avanço científico e tecnológico demandado pela Segunda Guerra Mundial, bem como dos periódicos científicos
(RUSSO, 2010);
b) da necessidade de registro (controle bibliográfico) e transmissão de informação e conhecimento (serviços informacionais dispostos para atender, de acordo com Miranda (2002), à pesquisa e desenvolvimento);
c) do surgimento de novas tecnologias, sobretudo o computador (que passou a ser empregado no processamento de informações bibliográficas já na década de sessenta). Contudo, Barreto (2007), observa que os computadores começaram a ter o seu uso na Ciência da Informação somente no início dos anos oitenta.