ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 268
"Uma forma particular de mudança, a mudança absoluta ou substancial que vai do nada ao ser ou do ser ao nada. Esse é o conceito de Aristóteles e Hegel. Aristóteles afirmava; 'Diz-se Devir em muitos sentidos: ao lado daquilo que vem a ser absolutamente (ànk&ç), há aquilo que vem a ser isto ou aquilo. O Devir absoluto é só das substâncias: as outras coisas que vêm a ser precisam necessariamente de um sujeito, já que a quantidade, a qualidade, a relação, o tempo e o lugar vêm a ser só em referência a certo sujeito; e enquanto a substância não pode ser atribuída como predicado a nenhuma outra coisa, todas as outras coisas podem ser atribuídas como predicado a uma substância" (Fís., I, 7, 190 a 30). Portanto, para Aristóteles, os princípios do Devir são os opostos, entre os quais está o Devir, e a privação de um deles, já visto que 'pode dizer que nada vem absolutamente do nada, mas aquilo que vem a ser, vem a ser do não-ser acidental ou relativo, ou seja, da privação daquilo que é o termo do Devir'" {Ibid., I, 8, 191, b 12)".