“Penha Maria Cardoso Dias (2001) afirma que a História de uma ciência é o legítimo foro de investigação de seus fundamentos. No entanto, ela alerta que nem todos os modos de se fazer História são adequados à fundamentação de uma ciência, e então ela estabelece parâmetros para essa delimitação:
‘A História da descoberta de um conceito mostra não somente como o conceito foi criado, mas, sobretudo, seu porquê; a História mostra as questões para cujas
soluções o conceito foi introduzido, revela o quê o conceito faz na teoria, sua função e seu significado. A História revive os elementos do pensar de uma época, revelando, pois, os ingredientes com que o pensamento poderia ter contado na época em que determinada conquista foi feita. Ela desvenda a lógica da construção conceitual; nesse esforço, ela revela, também, os “buracos lógicos” que o conceito preenche, revivendo o próprio ato intelectual da criação científica’”. (p. 227)
“No estudo da história da Ciência podemos compreender por quê as leis científicas são o que são (Harré, 1985, p. 170). A História revela a construção da Ciência; como se forjam lenta e progressivamente, seus instrumentos e ferramentas, isto é, os novos conceitos, os novos métodos
de pensamento” (Koyré, 1991, p. 181). (Silvia Moreira Goulart. História da ciência: elo da dimensão transdisciplinar no processo de formação de professores de ciências [Publicado no livro: Educação na era do conhecimento em rede e transdisciplinaridade. LIBANEO, J.C & SANTOS, Akiko (orgs). Campinas,SP: Alínea, 2005]).